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Bestu​á​rio, Can​ç​õ​es para a Inf​â​ncia

by Novaterra, Associação Cultural Arte e Ambiente

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1.
Minhoca 01:35
Encontrei uma minhoca Debaixo do alçapão Era da cor do meu sangue Viscosa como sabão Na ponta do seu corpinho Estava atado o coração Da minhoca fiz um fio Suspenso na ilusão Segurei-a pelos dedos Era a cauda de um balão Que ondulava nas ondas Da minha imaginação Para lá do alçapão As memórias eram pardas A minhoca era um brinquedo Cheio de recordação
2.
Hipopótamo 01:40
Hipopótamo, hipopótamo Batuque batuque de água Hipopótamo hipopótamo Batuque de água, de água e fogo No teu pântano barrento Pantanal lamacento Tam tam numa noite quente Tam tam tão luminescente Hipopótamo hipopótamo Batuque batuque de água Hipopótamo hipopótamo Batuque de água, de água e fogo Galopa em tua savana Na sombra da imburana Oráculos de Orixá Tempestades de Iabá Hipopótamo hipopótamo Batuque batuque de água Hipopótamo hipopótamo Batuque de água, de água e fogo.
3.
Caracol 01:18
Coitado do caracol Sofreu um grande acidente Quando ia ao Continente Comprar lenços de papel. Ai, qu'isto dói! O pai chegou de repente Na sua concha esmaltada Não era caso mortal Mas levou-o ao hospital Os amigos acorreram Queriam vê-lo internado Caracol, caracol, meu amigo caracol! Mas ficaram boquiabertos, Pois já estavam na urgência, E o caracol, o caracol? Onde anda o caracol? Coitado do caracol, Ainda não tinha chegado, É que tão devagarinho Se babava no caminho, Ai qu'i isto dói!
4.
Pirilampo 01:44
O seu espelho é a lua e cada ponto vermelho é candeeiro de rua. Primeiro o pirilampo liga a luz lava a cara com os cabelos da noite e penteia-se no rastilho dela só depois põe-se à janela. O seu espelho é a lua e cada ponto vermelho é candeeiro de rua. Luzeiro dos vadios perdidos na escuridão o pirilampo é farol da sua inquietação e persiste para lembrar que a luz existe.
5.
Abelhas 01:40
As abelhas as abelhas Nunca param de voar Sussurram os seus segredos No coração das flores Pairando ao vento a zoar As abelhas são assim Bzzzbzzzbzzzbzzzbzzzbzzz Carregam toda a doçura Desde o tempo de Sansão Fazendo favos de mel No esqueleto do leão E cantam sem partitura Operárias incansáveis Sempre de lá para cá Trazem agarrado ao pulso O pólen para adoçar As asas sempre a soprar As abelhas são guerreiras Todas unidas sem par Lá estão as mensageiras À volta de uma colmeia Numa ardente melopeia Zumbindo sem parar As abelhas são assim Bzzzbzzzbzzzbzzzbzzzbzzz
6.
Salamandra 02:07
Uma salamandra Estava a mandriar Espraiada ao sol De papo pra o ar. Uma libelinha Morena e ladina Pousou no seu ventre Para ler a sina. Vieram, melgas Ninfas e tritões Queriam ouvir Quais as conclusões. E a libelinha Leu-lhe a ladainha Fazendo saber Que nada lhe vinha. Por isso o melhor Era trabalhar Não viver a vida Só a bronzear.
7.
Ouriço 01:43
Ouriço caixeiro Ouriço viajante Ouriço viandante Ouriço viandeiro Ouriço castanheiro Ouriço loureiro Ouriço no país das maravilhas Ouriço espinheiro Ouriço com madeixas Ouriço do mar Ouriço polar Ouriço noturno Ouriço farpado Ouriço eriçado Ouriço tartaruga Ouriço e a lebre Ouriço e as moscas Ouriço de recusas Ouriço com choro Ouriço na lapela Já chega de tantos ouriços Não, não não chega, Ouriço sarrabiscos! Já chega de tantos ouriços Não, não não chega, Ouriço, ouriço, ouriço!
8.
Golfinho 02:00
No estuário do Sado Há golfinhos às molhadas E saltam por todo o lado E chapinam às golfadas Às vezes focam de pé Como em cima de ma lancha E fazem surfe rasgado A cuada serve de prancha Como na montanha russa Ondulam todos aos pares E mergulham sem temor E emergem pelos ares Têm riso de maroto E olhar de malandreco Olham sempre de soslaio E um saber muito esperto Comunicam entre si Por estalidos estridentes Com um nariz de garrafa Parecem sempre contentes Fazem mil pantomimas Pulam, atiram-se ao ar Brincam, brincam, brincam Como crianças do mar.
9.
Cigarra 01:44
Cega-Rega canta e dança Sobre o altar deste mundo Onde o seu cante se ouve No silêncio mais profundo Cigana de voz dorida Asas de tule estridentes Vives a aquecer a vida Das almas mais penitentes O teu rumor sedativo É tua filosofia E ondula sobre os campos Irritando a burguesia Bebe e come e canta e dança Trovador da utopia A morte é uma lonjura A vida uma companhia Quando a morte se rebela Ninguém pode trabalhar Por trás daquela janela Há uma cigarra a cantar Canta canta sem razão Num reque-reque de amor O teu canto rasga o frio O teu canto rasga a dor.
10.
Borboleta 03:43
Numa folha de videira Um ovinho aguardava Na sua gestação primeira Enquanto o tempo passava. E uma fada chegou Com a varinha tocou. Então o ovo eclodiu E uma lagarta surgiu. Ondulando sobre as folhas Rasteja no caminhar Enrosca-se no seu casulo E começa a invernar. E uma fada chegou Com a varinha tocou. O casulo abriu E a crisálide surgiu. A borboleta nasceu Beijou a flor da vida Adejou entre as amigas Sempre alegre e divertida. E uma fada chegou Com a varinha tocou. A borboleta gemeu E o amor renasceu. Numa folha de videira Para encher a vida inteira.
11.
Grilo 02:34
Um grilo muito janota Com labita e cartola E fato bem engomado Saiu da sua taloca Para ir cantar o fado. Viva a Amália e o Alfredo O Armandinho e a Hermínia O Alain e o Paredes! Mal chegou e começou o seu ensaio, ajustou a sua voz ... gri gri gri gri gri... Afinou as suas asas e num muito veloz ritmo, começou a cantar, guiri guiri … Mas o fado é dolente e o caloiro fadista Com o seu tom estridente incandescente Foi excluído da lista pois não canta, Como manda a Mariquinhas! Quis então ser cantor de ópera, um tenor! Com dós sobreagudos e alvíssaras de louvor! Ao fim do primeiro Largo, ficou rouco e destoado, Guiri guiii guiri guiii guiri guiii Saiu então da cidade E foi viver para o campo Pegou no seu violão E sob uma noite pacata Tangeu uma serenata, Gri gri gri gri gri gri... No final da cantoria A noite arfou de alegria As estrelas sorriram E quando a lua vibrou As crianças aplaudiram, Viva o grilo janota, Um grande artista a cantar, Guiri guiri guiri guiri gui!

about

Bestuário, Canções para a Infância, faz parte do projecto "Cancioneiro dos Animais" que retrata os animais segundo a inspiração poética e a inspiração didático pedagógica. Sendo o terceiro trabalho que a Novaterra, Associação Cultural Arte e Ambiente desenvolve com o poeta António Oliveira, todos os poemas foram criados especificamente para este projecto.

Os trabalhos da Novaterra, Associação Cultural Arte e Ambiente distinguem-se não só pela temática da reconexão do ser humano com a natureza através das artes, como também pelo jogo tímbrico resultante da fusão do coro de crianças, juvenil e adulto.

O Cancioneiro dos Animais é também a rampa de lançamento do Estúdio Jardim da Novaterra, que pretende proporcionar às crianças, não só uma experiência artística da gravação em estúdio, como também uma experiência na Natureza, em simultâneo. Do projecto Estúdio Jardim faz também parte a Residência Artística para artistas, e sobretudo para jovens criadores e crianças.

A Novaterra, Associação Cultural Arte e Ambiente, lançou em 2020 o CD Planeta Azul, Canções para a Mãe Terra, e o Livro/CD Refúgio, A Arte de proteger a Floresta.
Em 2021 lança os 2 livros/álbuns digitais do projecto "Cancioneiro dos Animais"
Em 2022 lançará o Livro/CD digital "Cancioneiro das Flores", assim como os álbuns digitais "Roteiro Músico-Natural - Trilho Ecológico da Lipor" e "Imaginário Popular".

Conheça e apoie o nosso projecto, adquirindo a nossa música e os nossos livros!

credits

released April 11, 2021

Composição Musical: Ana Maria Pinto
Poemas: António Oliveira

Coros: Mensageiros da Natureza, Kalindi, Makawee
Solistas: Hugo Miguel Fraga, Maria Miguel Marques, Paula Gonçalves, Ana Maria Pinto (Grilo), Carolina Teixeira, Bárbara dos Santos (Minhoca), Beatriz Ramos (Borboleta).

Piano: Ana Maria Pinto
Percussão: Márcio Pinto
Flauta Transversal: Ana Luísa Guimarães
Acordeão: Vítor Monteiro

Solistas da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins (Grilo)
Bandolim 1: António de Sousa Vieira
Bandolim 2: Jorge Carvalho
Bandola: David Rodrigues
Guitarra 1: César Pinto
Guitarra 2: Tiago Cassola
Contrabaixo: João Francisco dos Santos
Arranjo para ensemble de plectro: César Pinto

Captação dos Coros, Piano, Flauta Transversal e Solistas da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins: Emiliano Toste
Mistura e Masterização: Márcio Pinto
Produção Musical: Ana Maria Pinto e Márcio Pinto

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about

Novaterra, Associação Cultural Arte e Ambiente Porto District, Portugal

Criada e fundada por Ana Maria Pinto, a Novaterra, Associação Cultural Arte e Ambiente tem como objectivo a conexão do ser humano com a natureza através das Artes. Os seus 4 coros, Mensageiros da Natureza, Kalindi, Makawee e Coro da Novaterra e as diversas parcerias, fazem desta associação um núcleo multifacetado para a celebração da natureza e dos mais altos e belos valores do ser humano. ... more

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